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141. A Pele que Habito

2 de novembro de 2011


Título Original: La Piel que habito
Gênero: Drama, Terror
Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar, Thierry Jonquet
Produtores: Agustín Almodóvar, Pedro Almodóvar
País de Origem: Espanha
Estreia: 19 de maio de 2011
Duração: 117 minutos
Com: Antonio Bandeiras, Elena Anaya

Almodóvar sabe fazer arte como poucos nesse mundo do cinema. Politicamente incorreto ou correto, isso não importa, mas ele sabe pegar um tema muito tenso e complicado até de se falar, e faz comedia com isso... Então você começa a rir e percebe "perai... eu não posso rir disso"

Almodóvar não é o tipo de diretor que todo mundo consegue assimilar e gostar... Alias não é preciso ir muito longe para descobrir isso. Antes de ver o filme, convidei alguns amigos para ir comigo, e apenas alguns poucos sabiam quem era o cineastra homossexual espanhol que fez ótimos filmes, muitos melhores que qualquer obrinha da América.

Mas o diretor tem seus fãs, em sua estada de Cannes desse anos, o publico que ia ver seu filme parecia o mesmo publico que assiste Harry Potter quando veste fantasias e leva os livros nas mãos... Almodóvar é assim, a partir do momento que você conhece, ou você ama ou você odeia.


No filme vemos um médico perturbado com a morte de sua família Robet Ledgard (Antonio Bandeiras). Sua esposa ficou completamente deformada em um acidente de carro e quando se viu no espelho, se matou de desgosto em frente sua filha, que a partir dai ficou completamente insana e louca. A vida de Robert poderia ter acabado ai... Então sua filha também se mata.

A partir disso Robert começa suas pesquisas, atrás de uma pele perfeita, mais macia que a pele humana e mais resistente do que qualquer outra, aguenta calor extremos e qualquer outro tipo de agressão, e ainda fala que um sobrevivente de um acidente não quer apenas ser um sobrevivente, ele que também suas feições de volta e assim sua identidade.

A sociedade cientifica fica extasiada com tal avanço, mas também se perguntam em como ele conseguiu fazer tais avanços, alguns até sugerem que ele utilizou de artifícios não aceitos pelo conselho de ética. Mas sem provas nenhuma, Robert não se intimida e não revela a verdade. A verdade de que utiliza de uma cobaia humana para todos os seus experimentos, Vera Cruz (Elena Anaya) um humano que não sabe o que é liberdade a quase uma década inteira presa em um quarto.


Na verdade o filme é sobre uma grande vingança, tanto pela parte de Robert quanto da parte de Vera. Afinal Vera foi o ser que fez parte da destruição de sua família também, e em um primeiro momento era apenas uma vingança, mas depois se transformou no maior projeto que Robert fez em sua vida. E foi Robert que destruiu a vida de Vera, colocando ela em uma cela por quase dez anos a privando de qualquer contato com um mundo exterior que já tinha conhecido.

Mas essa vingança não é um 'plano A' imediato dos dois, e vemos essa transição muito bem clara. Para Robert a linha entre simples vingança e o ato de sua vida vem com a pergunta "porque você esta me barbeando?", que foi dita no mesmo dia da morte de sua filha, com o desejo de recriar sua família de alguma forma, mesmo que isso seja sem nenhum escrúpulo. E Vera que decidiu viver bem com seu sequestrador, é acordada de relance ao ver um flash de seu passado, ao ser lembrada mentalmente de que naquele dia ela era algo completamente diferente do que foi no passado, e assim começa a sua vingança.

Tentei de muitas formas fazer um bom texto sem contar nenhum spoiler dessa obra prima do mestre. Muito mais que um ótimo diretor mais também um ótimo diretor de atores, afinal Almodóvar é cria do teatro espanhol. Bandeiras retorna a dupla que fez muito bem com o diretor em outros filmes e mais uma vez faz provar que ator ruim, está bem longe de Almodóvar...


Qual a melhor forma de se vingar? Criando um monstro?

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