Título Original: Cama de Gato
Gênero: Drama
Direção: Alexandre Stockler
Roteiro: Alexandre Stockler
Produção: Murilo Azevedo, Charly Spinelli
País de Origem: Brasil
Estreia: 25 de Outubro de 2002
Duração: 92 minutos
Com: Caio Blat, Rodrigo Bolzan, Cainan Baladez
Cama de gato é aquela brincadeira de criança onde você pega um barbante e vai criando labirintos entre os dedos e vai passando de mão e mão criando mais e mais e que não tem final, pois uma ação cria a outra e assim por diante.
Essa metalinguagem que o diretor e roteirista iniciante Alexandre Stockler é apenas uma das varias brincadeiras criadas durante todo o filme. Primeiro filme do movimento baseado no Dogma 95 criado por Lars Von Trier, Stockler inicia no Brasil o TRAUMA (Tentativa de Realizar Algo urgente e Minimamente Audacioso) que tem basicamente as mesmas diretrizes do Dogma: Fazer um bom filme com menos recursos e dinheiro possível.
No filme vemos três jovens que se acham acima da lei, Cristiano (Caio Blat), Chico (Rodrigo Bolzan) e Gabriel (Cainan Baladez). Jovens de classe média que pegam o carro e sai pelas ruas paulista para humilhar prostituta e travestis, e até mesmo pessoas que não se encaixam no tipo de vida que eles tem, pobres demais para serem ricos, e ricos demais para serem pobres. No final são apenas jovens que buscam a qualquer custo a diversão, e sabem que podem fazer tudo pois são protegidos pela sociedade que vê o dinheiro acima de tudo. Em contra ponto a tudo isso eles discutem sobre a realidade do país, politica e religião, mas em nenhum momento eles fazem algo para mudar em si mesmos.
Em um dia uma colega vai na casa de Cristiano para que os dois possam se divertir, mas os outros dois amigos também querem transar com essa menina, então eles a prendem na cama e a estupram. E após forçar a menina a fazer tudo que eles queriam percebem que ela está morta, e assim começa uma sucessão de eventos que vão piorando cada vez mais, como uma bola de neve de problemas que nunca é solucionada pela falta de tato e atitudes impensadas até que chegam em um ponto irreversível.
O filme é uma critica social pesada para o estilo de vida soberbo da classe média alta que realmente se acha acima de todo o resto das pessoas. Mas o que seria muito bem empregado, acaba se confundindo na mensagem que quer passar e na inverossimilhança com a vida real.
O filme é uma critica de um mundo, feita por esse próprio mundo. Afinal Alexandre é filho de um engenheiro e neto do educador Christiano Stockler das Neves que mais tarde virou prefeito da cidade de são paulo. Em entrevistas na época ele diz que sabe que tudo aquilo acontece porque ele cresceu nesse meio, mas personagens como os do filme não agem daquele jeito. Ao mesmo jeito que discutem politica e sabem que a classe média é quase um mal do Brasil, maltratam as pessoas com o sentimento de impunidade no peito, deste frases esquece ele, ele sempre será um porteiro" até matar pessoas e ligar para o pai para tentar resolver o problema.
Tecnicamente não se pode esperar muito que está protegido pelo movimento TRAUMA, mas dentro de suas regras e circunstancias fica bom, porque aquele estranhamento que você sente no começo logo passa... E mesmo assim você consegue sentir e entender a mensagem do filme, e fica até chocado com toda a historia. A clássica cena do estupro é muito boa e depois de ver o personagem de Cristiano fazer sexo anal na atriz, você realmente fica pensando se houve ou não penetração.
Já sobre as atuações não se pode falar muita coisa. Com orçamento apertado para as outras coisas os atores nem receberam para filmar, mesmo assim temos o global Caio Blat que tem uma ótima atuação como o adolescente desesperado e chorão. Também temos Rodrigo Bolzan que é o mais contido e que entende um pouco das coisas, mas fica por ai, tanto o ator quanto o personagem de Cainan Baladez são horriveis, não se sente o desespero em sua voz e em suas expressões sempre vazias, assim como um alivio cômico muito ruim, sem timming e com piadas péssimas também
Até quase o final do filme você fica sem reação com todas as coisas que vão acontecendo com os personagens, mas tudo se encaixa perfeitamente com depoimentos de jovens de até 25 anos que não conheciam o roteiro do filme, e quando indagados sobre situações similares do filme falaram que fariam exatamente o que Cristiano e seus amigos fizeram no filme. E tudo que parecia mentiroso e surreal se encaixa com uma luva, e mostra que a violência que tanto reclamos não está apenas na periferia.
Em um dia uma colega vai na casa de Cristiano para que os dois possam se divertir, mas os outros dois amigos também querem transar com essa menina, então eles a prendem na cama e a estupram. E após forçar a menina a fazer tudo que eles queriam percebem que ela está morta, e assim começa uma sucessão de eventos que vão piorando cada vez mais, como uma bola de neve de problemas que nunca é solucionada pela falta de tato e atitudes impensadas até que chegam em um ponto irreversível.
O filme é uma critica social pesada para o estilo de vida soberbo da classe média alta que realmente se acha acima de todo o resto das pessoas. Mas o que seria muito bem empregado, acaba se confundindo na mensagem que quer passar e na inverossimilhança com a vida real.
O filme é uma critica de um mundo, feita por esse próprio mundo. Afinal Alexandre é filho de um engenheiro e neto do educador Christiano Stockler das Neves que mais tarde virou prefeito da cidade de são paulo. Em entrevistas na época ele diz que sabe que tudo aquilo acontece porque ele cresceu nesse meio, mas personagens como os do filme não agem daquele jeito. Ao mesmo jeito que discutem politica e sabem que a classe média é quase um mal do Brasil, maltratam as pessoas com o sentimento de impunidade no peito, deste frases esquece ele, ele sempre será um porteiro" até matar pessoas e ligar para o pai para tentar resolver o problema.
Tecnicamente não se pode esperar muito que está protegido pelo movimento TRAUMA, mas dentro de suas regras e circunstancias fica bom, porque aquele estranhamento que você sente no começo logo passa... E mesmo assim você consegue sentir e entender a mensagem do filme, e fica até chocado com toda a historia. A clássica cena do estupro é muito boa e depois de ver o personagem de Cristiano fazer sexo anal na atriz, você realmente fica pensando se houve ou não penetração.
Já sobre as atuações não se pode falar muita coisa. Com orçamento apertado para as outras coisas os atores nem receberam para filmar, mesmo assim temos o global Caio Blat que tem uma ótima atuação como o adolescente desesperado e chorão. Também temos Rodrigo Bolzan que é o mais contido e que entende um pouco das coisas, mas fica por ai, tanto o ator quanto o personagem de Cainan Baladez são horriveis, não se sente o desespero em sua voz e em suas expressões sempre vazias, assim como um alivio cômico muito ruim, sem timming e com piadas péssimas também
Até quase o final do filme você fica sem reação com todas as coisas que vão acontecendo com os personagens, mas tudo se encaixa perfeitamente com depoimentos de jovens de até 25 anos que não conheciam o roteiro do filme, e quando indagados sobre situações similares do filme falaram que fariam exatamente o que Cristiano e seus amigos fizeram no filme. E tudo que parecia mentiroso e surreal se encaixa com uma luva, e mostra que a violência que tanto reclamos não está apenas na periferia.
O filme é repleto de humor negro, mas que faz muito sentido. Mesmo salvo por essa redoma do poder que o dinheiro dá, eles sabem que com 3 cadáveres a coisa complica para qualquer um, e nessa tentativa de se livrar da punição, eles também tentar se manter como os playboys que eram e querem continuar ser, como na parte em que Chico depois de todos os problemas com esses corpos reclama de não ter ido ao show da sua banda preferida... E querendo ou não, esse filme é um bom retrato da imundice hipocrisia brasileira.
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