143. Sleeping Beauty

Título Original: Sleeping Beauty
Gênero: Drama
Direção: Julia Leigh
Roteiro: Julia Leigh
Produtores: Michelle Russell, Timothy White
País de Origem: Austrália
Estreia: 10 de Maio de 2011
Duração: 104 minutos
Com: Emily Browning

Filmes de festivais são um tanto quanto estranhos para o publico no geral, nesses filmes não vemos explosões e muita ação, nesses filmes nos aprofundamos nos dramas humanos que poucos sobrevivem... Afinal a arte imita a vida não é mesmo?

Nesse filme temos a jovem estudante Lucy (Emily Browning) que sofre com a pouca grana para pagar todas suas despesas, e por isso acumula trabalhos. Trabalha como garçonete, em um escritório e de noite vai para boates de luxo para vender seu corpo, e é assim que ela consegue pagar sua faculdade, seu aluguel, e todas suas despesas. 

Um dia ela decide responder a um anuncio no jornal, e inicialmente começa a trabalhar como uma garçonete privê para alguns homens ricos, mas desempenha seu papel tão eficazmente que sua cafetina Clara (Rachael Blake) a promove, para Bela Adormecida. Drogada, ela se deita e vêm homens (também ricos e poderosos) para fazer o que bem entender com ela, só não pode ter penetração, coisa que Clara deixa bem claro a todos os clientes que aparecem por lá.

O filme cega a ser perturbador apenas com isso, não precisamos ver cenas de sexo explicitas muito menos necrofilia para nos chocarmos, aqui vemos o drama da menina que não tem nada a perder e por isso se arrisca e faz tudo o que precisar para continuar onde está. Lucy está cansada da vida, não aguenta mais essa melancolia que lhe segue para todos os lugares, ela vive a vida porque não tem outra opção.

Por isso que se prostituir não significa mais nada para ela, enquanto alguns vivem, ela apenas sobrevive. Com uma mãe viciada em álcool e um namorado frágil também viciado em drogas, ela tenta manter essas unica das pessoas que ainda ama junto, e para isso ela precisa de dinheiro. Podemos citar uma diferença entre ela e seu namorado... A opção que ela ainda não achou, ele já a tem a muito tempo, e durante quase todo o filme ele repete que um dia terá coragem de fazer... Até que ele tem e liga para ela no meio da aula, e quando Lucy chega em sua casa, vê um semi morto que apenas quer morrer abraçado com sua namorada. namorada que não faz nada, porque mesmo não admitindo, sabe que é a unica saída. 

É o primeiro trabalho da escritora Julia Leigh como diretora, e ela faz um bom trabalho dirigindo, mas no roteiro temos alguns erros, que são apagados com a belíssima atuação de Emily Browning que embora não tenha feito muitas coisas boas, prova aqui que pode ser uma ótima atriz e que tem muita coisa pela frente ainda, assim tomara com a diretora e roteirista, que faz aqui um filme difícil de ser visto por qualquer um, mas chocante.

É um filme sobre suicidas. O nome já diz, a bela adormecida, alguém que não tem nada a perder, e acha que na morte vai achar o que não achou durante toda sua vida, e não estamos falando apenas da nossa protagonista. Todos os personagem que aparecem em cena são seres que tem uma vida vazia, e que uma hora ou outra, verá na morte seu único consolo.

SPOILER ZONE!

E no final vemos um grito. O mesmo sentimento que teve ao dormir com seu namorado suicida, ela sente a mesma coisa ao ver que está na cama com outro homem morto, e talvez ela descobre ali mesmo que o único jeito de se livrar desse grande vazio que tanto sente, também seja na morte, como seu namorado, como seu ultimo cliente, e como muitas pessoas que já não sabe o que é sentir a muito tempo.

-Crítica, "br, Drama