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79. O Cangaceiro

30 de maio de 2011


Título Original: O Cangaceiro
Gênero: Aventura, Drama, Faroeste, Nacional
Direção: Lima Barreto
Roteiro: Lima Barreto, Rachel de Queiroz
Produtores: Cid Leite da Silva
País de Origem: Brasil
Estreia: 20 de Janeiro de 1953
Duração: 105 minutos
Com: Alberto Ruschel, Marisa Prado, Milton Ribeiro

Pode ser um pouco audacioso de minha parte comparar os filmes de cangaço brasileiro com os faroestes americanos, tanto que muitos não concordam comigo. Mas em ambos os gêneros temos algo em comum... Sempre vamos torcer para o anti-herói.

Para Melhor leitura sobre essa critica, dê play abaixo. Ao som da premiada musica em cannes na categoria de melhor trilha sonora , Olê muié rendeira:


O cangaceiro conta um evento da vida do grupo de cangaceiros regido pelo capitão Galdino Ferreira (Milton Ribeiro). Após um ataque em uma vila no semi-arido brasileiro o grupo sequestra a unica professora da vila, Olivia (Marida Prado) , em que mesmo casado o capitão se ve muito atraido por aquela beleza dela.
Mas não é apenas Galdino que fica mexido por causa da professora, Teodoro (Alberto Ruschel) um dos cangaceiros do capitão, se vira contra o grupo para ajudar a professora a alcançar a liberdade saindo daquele sequestro.

Vemos tambem um grupo de pessoas que não são nem vilões nem heróis. Os cangaceiros lutavam por eles mesmo e só, mas eles tambem pensavam que estavam ajudando as o povo fazendo eles pensarem mais sobre a vida.
Um grande exemplo disso é o capitão perguntando a alguns dos seus logo após um ataque de uma vila, se nenhum morador dali viria a reclamar do que eles fizeram. O bem motivado a fazer o mal.

Mas o filme tem muito mais valor histórico do que qualquer outra coisa.
Até então a unica produtora de filmes no brasil, Vera Cruz, fazia filmes brasileiros feitos de uma forma peculiar. Filmes brasileiros feitos por extrangeiros, ou seja, os filmes brasileiros eram filmes com o estereótipo do brasil como ja tinha dito aqui.

A grande diferença de o cangaceiro para os outros, é que esse foi o legitimo filme brasileiro. Lima barreto um brasileiro resolveu fazer um filme sobre algo realmente brasileiro, contando nossa realidade, que na época era  o perigo dos grupos de cangaceiros.

Mesmo com poucos recursos na época o diretor de um filme só soube muito bem como trabalhar com o que tinha na época. Um filme feito completamente em locações externas, o que na época era um perigo pois não tinha como controlar os cenários como se controla em um estudio.

Boas  atuações e como eu disse antes, teve grande influencia dos faroestes americanos, como as vestimentas de alguns personagens, e a fotografia sempre aberta mostrando os grandes planos.
A fotografia tambem é um estudo feito a parte. Lima barreto soube muito bem montar o filme, com o sol forte do nordeste e aquele efeito lindo que as sombras fazem.


Juntando tudo isso, O Cangaceiro, foi o primeiro filme brasileiro a ir para cannes, e foi o primeiro tambem a ganhar algo no festival, Melhor filme de aventura e melhor trilha sonora.

Embora tenha feito muito sucesso na época (tanto que ficou 5 anos em cartaz na frança), hoje em dia ninguém mais fala de um clássico do cinema nacional, não só um clássico mas também o primeiro filme legitimo do brasil. E é exatamente por isso que o poltrona numerada resgatou esse filme do baú, pois existem alguns filmes que nunca podem ser esquecidos.

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1 Comentários:

Anônimo disse...

Olá, gostei da sua contribuição ao comentar um filme classico, conforme mencionado, mas que até hoje não tivemos a oportunidade de comprá-lo em DVD, outro paradoxo que pode ser pensado. Mas existem algumas informações no seu texto que precisam ser corrigidas. Primeiramente, a relação da obra com o western norte americano pode ser vista no livro "sertão mar" de Ismail Xavier, um dos nossos maiores estudiosos de cinema. Ao ler o livro voce perceberá que cometeu um anacronismo ao dizer que: "contando nossa realidade, que na época era o perigo dos grupos de cangaceiros", o cangaço já havia terminado, digamos assim, no final da década de 1930 e, segundo a leitura crítica do filme realizado por Xavier, a intenção foi demarcar este passado como algo superado. Outra coisa é que o filme não foi rodado no nordeste, mas em São Paulo mesmo e a Vera Cruz não foi a primeira nem a única produtora brasileira até então... Sobre seu post intitulado "O Brasil do cinema", recomendo que voce assista ao documentário "olhar estrangeiro" da Lúcia Murat lançado em 2006. Qualquer coisa entra em contato igor_1704@hotmail.com . Abraço, Igor.
[P.S.: outro livro sobre o tema cangaço/western "Cangaço - O Nordestern no Cinema Brasileiro", organizado por Maria do Rosário Caetano]

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