Gênero: Ficção Científica, Suspense
Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Darren Aronofsky, Eric Watson, Sean Gullette
País de Origem: EUA
Estreia: 10 de julho de 1998
Duração: 84 minutos
Com: Sean Gullette, Mark Margolies, Ben Shenkman, Pamela Hart
"Reafirmando minhas suposições:
1. A Matemática é a linguagem da natureza.
2. Tudo que está em nossa volta pode ser representado e compreendido através dos números.
3. Se representarmos graficamente os números de qualquer sistema, padrões surgem. Portanto, há padrões em toda a natureza."
Max Cohen (Sean Gullette) é um jovem matemático que trabalha na bolsa de valores. Ele sofre constantes dores de cabeça desde que era criança, e, além disso, é solitário. Seu único amigo é o professor Son Robeson (Mark Margolies). Fechado em sua misantropia, Max procura uma forma de prever a queda ou a ascensão das ações na bolsa de valores, e, para isso, ele utiliza Euclid, um computador que ele mesmo desenvolveu. No meio de suas pesquisas, surge um curioso número de 216 dígitos. Suas teorias chamam a atenção dos engravatados da Wall Street e de um grupo de judeus seguidores do Torá.
Com tudo isso, as dores de cabeça de Max aumentam constantemente, levando-o a ter alucinações. Sem contar a paranoia evidente. Ele fica tão obcecado em procurar uma resposta para o comportamento do pi que fica cada vez mais fechado nesse mundo complexo. Por mais que Son o aconselhe, dizendo que é melhor ele relaxar e parar com essa busca desenfreada, Max não desiste.
O filme foi inteiramente gravado em preto e branco e em câmera fechada. Claustrofóbico. Exatamente como a mente de Max. Completamente fechada, perdida em meio às teorias, alucinações e paranóias. Em momentos do filme fica difícil saber se o que aconteceu foi realmente um fato ou se tudo está na mente conturbada de Max. A trilha sonora de Clint Mansell dá um tom de loucura ao filme, e tudo parece se encaixar perfeitamente bem.
Esse foi o primeiro filme dirigido e escrito por Darren Aronofsky, e ganhou vários prêmios na sua época de lançamento. Ao ver Pi e as outras obras de Aronofsky depois, fica evidente que muito do que foi utilizado em Pi serve de prenúncio para Réquiem para um Sonho, A Fonte da Vida e Cisne Negro, inclusive (mas isso é assunto para outro post, aguardem!). Nesse filme já fica evidente que o enfoque principal dos filmes de Aronofsky é a mente. Afinal, transformar algo tão abstrato e complexo quanto a nossa mente em um roteiro não é nada fácil. E Darren Aronofsky consegue fazer isso, de forma extremamente convincente.
Uma ficção científica de tirar o fôlego e faz com que nos percamos na mente de Max Cohen, perdendo o discernimento do real e do imaginário. Perturbador, claustrofóbico, bizarro, genial, imperdível.
"Quando eu era criança, minha mãe disse para eu não olhar para o Sol, mas quando eu tinha seis anos eu olhei."
1 Comentários:
Depois de ler este post vou assistir Pi com certeza, volto pra dar minha opinião!
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