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134. Poderoso Chefão: Parte II

27 de setembro de 2011


Título Original: The Godfather: Part II
Gênero: Drama, Suspense
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Francis Ford Coppola, Mario Puzo
Produção: Francis Ford Coppola
País de Origem: EUA
Estreia: 12 de Dezembro de 1974
Duração: 200 minutos
Com: Al Pacino, Robert DeNiro

Hoje em dia quando se faz um filme realmente bom, os produtores logo pensam no dinheiro que uma continuação pode alçar. A linha muito bem acentuada entre filme comercial e filme autoral é mais uma vez destruída por Coppola e prova que uma continuação pode sim ser muito boa. Quizá, melhor que o primeiro.

Na segunda parte dessa história extraordinária vemos duas histórias simultâneas. A continuação da trajetória da família Corleone, Após a morte do pai e chefe de família Don Vito Corleone (vivido intensamente por Marlon brando) seu filho mais novo Michael Corleone (Al Pacino) toma as rédeas do poder, negócios e interesses da família. 

Michael tira sua família de Nova York e vai para nevada, e se instala em Las Vegas e lá ele começa a trabalhar com hotéis e cassinos e expande seus negócios para além dos EUA e parte para Havana comprando e fazendo alianças. A cada dia os Corleones estão mais poderosos e mais ricos, se transformando na mafia mais poderosa da América. Mas esse poder custa caro, além do FBI que fica em seu calço a procura de algo que possa incriminar Michael, quanto mais poderoso ele fica, ele perde o que mais lhe tem valor.

Mas o perigo dessa vez vem de outro lado, o que antes era uma guerra entre famílias, agora assume um papel de implosão de dentro. Uma traidor da família Corleone, coisa que Michael acha repugnante.


Ao mesmo tempo vemos a história do jovem Vito Andolini que com apenas 9 anos vê toda sua família ser morta por um mafioso local, e para sobreviver foge para Nova York Andolini vira Corleone (o nome de sua cidade natal na sicília), e assim Vito Corleone (Robert DeNiro) é um jovem trabalhador que conhece aos poucos o que o crime pode oferecer.

Começando com roubos pequenos Vito vai crescendo nesse ramo até ser intimidado pelo mafioso local conhecido como Mão Negra, e Vito se enfurece ao saber que tem que dar satisfação e dinheiro para pode continuar a viver, e assim ele decide acabar com o império de Mão Negra e começar o seu próprio. E deste jovem vemos os traços do futuro Don Corleone, como a calma e a ironia que se expressa em suas ações. Um homem que mata e ama e a casa retorna, como na cena que mata Mão negra, que consegue ser frio o suficiente para apagar todas as provas que levavam a ele, e depois voltar para sua família e dizer "eu te amo Michael".  


Mas o real foco desse filme é Michael. Assim como no primeiro filme, embora um pouco apagado pelo real poder do seu pai, mas em ambos os filmes Michael é o centro de tudo, mas agora ele que está no poder e por isso sentimos o que ele sente do começo ao fim da trama. 
     A primeira cena do filme se junta com a ultima e mostra um Michael Corleone triste com seu destino, e essa tristeza é acentuada cada vez mais quando percebe que tem que ter punhos de aço para se manter e também a família no poder. E esse sentimento é o mesmo que o ascendeu e agora o descendeu. Para Michael manter o honra da família é o minimo que alguém que adote o nome Corleone deve fazer, e quando indagado "mas Michael, você vai matar todo mundo?", ele responde friamente "não, apenas meus inimigos", e da mesma forma que se tornou herói no final do primeiro filme, agora ele vira vilão, apenas por querer proteger sua família e acima de tudo seu nome.

Alias Michael deixa bem claro essa responsabilidade com a palavra deste cedo. No primeiro filme vemos que ele respeita acima de tudo seu pai e seus irmãos, e aqui ele assume como leva esse respeito primordial. Como na cena que ele abraça seu irmão Fredo no velório de sua mãe, mas vemos claramente que ele não lhe deu o perdão, ou no ultimo flashback quando seu irmão mais velho Sonny não entende o patriotismo americano e então Michael revela que se alistou na marinha. Ou seja, Michael assume a bandeira Corleone assim como assumiu a bandeira americana na guerra, sendo assim um verdadeiro patriota.


Coppola mais uma vez surpreendeu com essa super obra prima muito bem feita. A montagem e edição do filme estão perfeita intercalando entre passado e presente sem deixar ninguém confuso. Esse trabalho muito bem feito com os flashesback só acrescentaram a trama para explicar não só o começo da mafia na America e a juventude de Vito, mas serve para também mostrar o amor e honra a família que se tanto fala no filme.

Coppola também abre mais espaço para outros personagens importantíssimos que não tiveram tanto espaço no filme anterior como Tom Hagen (Robert Durval), o filho adotado de Vito que é o paciente conselheiro e advogado da família. Os filhos Fredo e Connie (John Cazale e Talia Shire) que tiveram suma importância na trama e seus atores foram perfeitos.

Marlon Brando não aparece no filme, mas em compensação temos Robert DeNiro. Ator que 2 anos antes disputava o papel de Michael Corleone com Al Pacino, faz um dos seus melhores papeis da sua vida e consegue manter viva a chama que Brando acendeu a 2 anos atrás incorporando completamente o papel de Don Vito, como a calma quase irritante do personagem, os gestos que usa vividamente, e a voz rouca que funcionou perfeitamente. E na disputa de quem brilha mais, temos também Al Pacino como um renovado Michael frio e quase monstruoso chefe dos Corleones.

Embora muitos falem que a parte 2 é melhor que o primeiro filme, tenho que descordar, pois no filme de '72 vemos a origem de tudo, e aqui temos uma continuação intensa e complexa mas que retorna do começo para ser o que é. A incrível decadência de um homem poderoso e o resultado desastroso de seus atos torna esta segunda parte da saga ainda mais pesada e sombria, mas que depende da primeira parte não só para fazer sentido mas também para quebrar o sentimento de Dejavu que sentimos. Uma obra prima que junta direção, roteiro, fotografia e belas atuações.


"Mantenha seus amigos próximos, e seus inimigos mais próximos ainda."

Poderoso Chefão
Poderoso Chefão: parte III

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