Título Original: Marie Antoinette
Gênero: Biografia, Drama, História
Direção: Sofia Coppola
Roteiro: Sofia Coppola
Produção: Sofia Coppola, Ross Katz
País de Origem: EUA & França
Estreia: 24 de Maio de 2006
Duração: 123 minutos
Com: Kirsten Dunst
Ser jovem em 2000 era a mesma coisa de ser jovem em 1700? A juventude evoluiu com o tempo ou o tempo evoluiu com a juventude? Essa questão não é realmente importante para o filme, e sim para como a diretora resolveu apresenta-lo para o mundo.
Estamos na Áustria no século XVII, e vemos uma jovem nobre sair da cama, Maria Antonieta (Kirsten Dunst) e sair de sua casa com destino a frança, pois essa jovem vai casar com Luís Augusto (Jason Schwartzman) o delfim francês. Eles se casam não por amor, mas por questões politicas, uma aliança entre a Áustria e a França e também para manter uma boa linhagem de nobres europeus. Porém ainda adolescente não se acostuma com a rigidez e burocracia do dia a dia francês, além de enfrentar uma grande pressão para dar a França um filho, pois o rei, pai de Luis Augusto está fraco e quase morrendo.
E é assim que Sofia Coppola consegue impressionar. Mesmo sendo um filme de época, estamos falando da vida de uma jovem fora de sua casa e que se sente desajustada, então só depois que a trilha sonora está tocando a um bom tempo percebemos que ela se trata rocks como Strokes e New Order, por exemplo, mas a trilha se encaixa tão perfeitamente com o enredo do filme que não gera estranheza.
E essa brincadeiras com o que é atual e o que é de época não para por ai, como o All Star perdido no guarda roupa de Maria Antonieta. Mais o que parece estranho e para alguns um erro grotesco, na verdade só ajuda a enfatizar que Maria Antonieta tinha um grande espirito jovem e festivo e que não estava muito interessada nos assuntos do país que mais tarde seria rainha.
"Deus nos Ajude, pois somos jovens demais para reinar" foi o que Luis Augusto disse aos 19 anos quando seu pai morreu transformando-se assim no rei da frança. Maria Antonieta é apenas mais uma adolescente imprudente que gastava muito dinheiro do povo para saciar seus desejos como sapatos e vestidos, e mesmo assim virou rainha de uma nação inteira sem nem ao menos ter 18 anos.
Então virou uma rainha muito amada pelo povo e após a ter primeira filha, Maria Tereza, e a frase "Pobre menininha, não és o que se desejava, mas não é por isso que me és menos querida" a Rainha teve um affair com um conde sueco, foi morar em Petit Trianon, um palácio de pequenas dimensões nas imediações de Versalhes para ter uma vida mais simples e sair um pouco da vida de majestade que tinha, mas logo voltou para onde estava.
E mesmo depois de dois filhos, o espirito jovem e fanfarão da moça continua a mesma, que fez o povo chegar a odiar-la e fazer propagandas que profanaram seu nome a ponto de inventar noticias apenas para sujar a imagem da rainha. O que fez o povo entrar em rebelião total (ou o estopim para a revolução francesa) contra a rainha e tambem contra a corte foi a frase "Se não têm pão, que comam brioches" que a rainha disse ao povo quando ele buscava pão no castelo da nobreza. Gerando assim a ela um grande isolamento e tristeza no castelo de Versalhes.
Embora a passagem de tempo (do começo ao fim do filme se passa mais de 30 anos) não seja tão bem esclarecida, o filme mostra muito o que propôs deste o começo. Afinal o filme não conta sobre a historia e politicagem que tem a realeza francesa, Sofia se preocupa apenas em mostrar a vida de Maria Antonieta.
Os cenários são um estudo aparte, pois tudo foi gravado na frança no Palácio de Versailles, mais nem por isso trabalhou menos. Eles se concentraram bastante com as cores de tudo pois o que é um tom sérpia, na época era tudo novo e limpo. E para completar vemos um ótimo trabalho com o figurino de Milena Canonero que beira a perfeição com todas as cores e formas que vemos.
E encanta com o final perfeito para quem conhece o minimo da historia, ou apenas como mais um filme da filha do Sr. Francis. O declínio final não só da monarquia francessa como também da rainha Maria.
Podemos ver muito mais de Sofia Coppola do que apenas sua delicadeza e sutileza com as coisas. Afinal vemos a história de uma garota presa em um lugar que é pressionada a ter o minuto de sucesso, e embora Cannes não tenha gostado muito, devo admitir que é um filme muito bom e que continua com as características de Sofia, mas realmente não é seu melhor trabalho.
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