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111. Melancolia

14 de agosto de 2011



Título Original: Melancholia
Gênero: Drama, Ficção Científica , Thriller
Direção: Lars Von Trier
Roteiro: Lars Von Trier
Produtores: Louise Vesth, Meta Louise Foldager
País de Origem: Dinamarca
Estreia: 18 de Maio de 2011
Duração: 136 minutos
Com: Kirsten Dust, Charlotte Gainsbourg

Antes de começar a ler essa critica, dê play na trilha sonora perfeita de Richard Wagner, e também se sinta melancólico.


Melancolia, do grego, é um estado psíquico de depressão sem causa específica. Se caracteriza pela falta de entusiasmo e predisposição para atividades em geral.
Melancolia é uma das "características" da Depressão Maior. A duração do estado depressivo deve ser superior a dois anos, afetando as funções básicas do dia-a-dia de uma forma considerável.
Texto Retirado do Wikipedia.

Não conhecia Lars Von Trier antes desse filme. Do pouco que li sobre o diretor dinamarquês as pessoas tem apenas duas opiniões sobre o diretor: amor ou ódio, e vemos isso muito bem ao procurar alguma das poucas salas que passam o filme e também nas poucas pessoas que dá até para contar no dedo que vão ver a obra de Lars Von Trier. Mas o que poucos diretores sabem que Von Trier faz muito bem, é mostrar beleza no sofrimento e tristeza.

O filme é centrado em duas irmãs Justine e Claire (Kirsten Dust e Charlotte Gainsbourg), que são completamente o oposto uma da outra, e para mostrar isso de forma melhor possível, o filme é divido em duas partes, uma centrada em cada uma das irmãs.


A primeira parte vemos o casamento de Justine. Em uma casa grande com muitos convidados entre amigos e família  o que na teoria seria o dia mais feliz de um casal (especialmente o valor que uma mulher dá para o casamento), é na verdade um dia qualquer, onde ela é obrigada a mostrar para os outros que está feliz, só que realmente não se sente feliz. Se sente melancólica.

A segunda parte é centrada nas semanas posteriores do casamento de Justine, e no cotidiano da vida de Claire, mulher rica que controla a casa enorme que mora junto com seu filho e seu marido. Então Justine que sofre de depressão vai para a casa da irmã para ser ter os cuidados de Claire.

Mas deste o começo do filme vemos que ambas tem sérios problemas que não se dão muito bem, e percebemos essa diferença com a frase que Claire disse que é repetida mais tarde "às vezes eu te odeio tanto". E o diretor e Roteirista Von Trier que gosta tanto de usar metáforas em seus filmes usa essa diferença para mostrar algo muito maior do que uma briga de ideologias, e sim dois pontos sobre a morte e a vida.

Justine é uma jovem triste com a vida, sente em seu coração que lhe está faltando algo, e quando está prestes a se casar, percebe que não importa o que aconteça com ela, nunca se sentirá feliz. Já Claire é uma mulher casada com um homem que ama além do seu pequeno filho que também ama de coração, é uma mulher rica e tem de tudo e também é quem controla tudo e todos, mas quando perde o controle de uma coisa muito maior que ela, ela fica louca e paranoica.


No meio disso tudo ainda temos um planeta muito maior que a terra, chamado Melancolia, que durante séculos estava se escondendo atrás do sol, só que agora está vindo em direção á terra. Alguns cientistas dizem que assim como mercúrio e vénus, o planeta vai apenas passar ao lado e ir embora, mas outros não acreditam muito nisso.

E no desespero e paranoia da duvida de uma morte iminente, vemos Justine uma mulher que não tem nada a perder e não se importa com o que está por vim, pois sabe que a morte é o único remédio para melhorar o que está sentindo. Já Claire é uma mulher que tem tudo do bom e do melhor, e fica desesperada ao sentir que vai perder tudo isso, só que não existe lugar para se esconder.

Uma ótima cena é ver Claire correr com seu filho pelo campo de golf, que já foi dito que haviam apenas 18 buracos, mas ela passa pelo buraco numero 19, e ao fundo vemos o planeta enorme brilhar no céu. Ou seja, não importa para onde corra, o fim é certo.

Mas existem muito mais metáforas e mensagens subliminares no filme do que só isso. Tudo que acontece e cada detalhe é pensado friamente o que torna o filme todo muito mais do que apenas um filme desastre. Não vemos a correria tipica de um grupo de pessoas que querem salvar o mundo, e sim da real tristeza da vida, e ver na morte uma forma de libertação. Afinal morrer é tão ruim assim?

O filme é triste e pessimista, e é o que se espera de  Lars Von Trier, até porque a personagem de  Kirsten Dust foi escrita pensando em si próprio e durante todo o período que ele passou por depressão, o que torna a personagem mais real, o que a fez ganhar Cannes deste ano como melhor atriz. Mas de forma alguma devemos esquecer de Charlotte Gainsbourg que atua muito bem, e o filme não faria sentido nenhum sem ela.

Justine e Claire com o decorrer do filme trocam de lugares, pois o que é a zona de conforto de uma não é para a outra, e a organizadora e controladora da Justine se transforma na doentia e tensa mulher ao ver que perdeu não só o controle, mais perdeu tudo. E aquele "eu te odeio tanto Justine" que Claire disse ao perceber que sua irmã nem ligava para tudo o que faziam para ela, tomou outra forma na segunda parte do filme quando ela percebe que agora Justine já não é a doente, e sim alguém que está buscando libertação.



"Estamos sozinhos. A vida na terra é má, ninguém sentirá falta dela"
Começo é final formam uma arquitetura perfeita, que se torna um dos melhore s do cinema mundial de todos os tempos.

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